segunda-feira, 30 de junho de 2014

CRÍTICA - TUDO POR UM FURO


A quase uma década atrás, o diretor Adam McKay lançou "O Ancora: A Lenda de Ron Burgundy". Nos Eua, a produção fez um inesperado sucesso, ao contrário do Brasil, onde passou praticamente em branco pelos cinemas e foi reconhecido somente quando chegou a televisão. A premissa da película era exatamente satirizar como eram os bastidores do jornalismo na década de 70, onde somente os homens que poderiam ser ancoras, o que travou uma verdadeira batalha dos sexos quando surgiu a primeira a ser escolhida a esse cargo. Depois de várias tentativas de ser realizada a sequencia, finalmente foi a lançada a mesma com o titulo aqui de "Tudo Por Um Furo" (titulo dado pela distribuidora focando em mais lucros, diferindo com a primeira parte).


Aqui, a história começa uns anos depois do primeiro filme, com Ron Burgundy (Will Farrel, de "Os Outros Caras") casado com Veronica Corningstone (Christina Applegate, de "Passe Livre") e com um filho (Judah Nelson. Tudo ia bem na emissora onde ambos trabalham, até que o presidente da mesma (Harrison Ford, o famoso "Indiana Jones") promove Veronica e demite Ron. Este tem um ataque histérico, deixa sua esposa e filho para trás e vai trabalhar como apresentador do show dos golfinhos, em um parque aquático. A beira do suicidio, surge a sua porta o empresário Freddie Shapp (Dylan Baker, de "Homem-Aranha"), que apresenta uma proposta para ele trabalhar em uma nova emissora. É quando ele denota que deve reunir seu antigo time de noticias novamente, que é composto por Brian Fantana (Paul Rudd, o futuro "Homem Formiga"), Champ Kind (David Koechner, de "Premonição 5") e Brick Tamland (Steve Carell, de "Agente 86"). Mas é na nova emissora, que Ron e sua equipe irão começar a fazer de verdade história nas noticias.


O roteiro de autoria do próprio Farrel com o diretor McKay, utiliza diversas referencias da verdadeira história do jornalismo televisivo. Aqui os temas jornalísticos como perseguição de automóveis, comentários sarcásticos das matérias e livre expressão sobre as mesmas, são mostradas como criação dos mesmos. Quanto a narrativa escolhida por eles, o estilo está bastante similar a uma tipica comédia dos anos 80 e 90 (algo que está praticamente morrendo aos poucos no cinema) e torna bastante divertida a narrativa. Como no primeiro, neste há diversas aparições especiais na sequencia da "batalha das emissoras" e algumas chegam a ser completamente inesperadas (não vou citar para não perder a graça).


Há também um avanço no entrosamento de todos os atores em cena, em relação ao primeiro filme, sentimos todos eles mais a vontade. Com destaque para o humor de Farrel, que cada vez se apresenta mais dosado e controlado do que em outras produções, assim como Carell, que aqui ganha um espaço maior em cena já que agora ele possui um interesse amoroso vivido pela sempre ótima Kristen Wiig ("Missão Madrinha de Casamento"). Sua personagem demonstra ser o "Brick de Saias" e chega a render momentos bem engraçados na película. Mas quem consegue roubar a cena é James Marsden (o ciclope de "X-Men"), que mesmo no papel de vilão demonstrou alcançar uma personalidade cômica mais plausível que em suas produções anteriores. Junto com "Vizinhos", "Tudo Por Um Furo" é sem dúvidas uma das comédias mais divertidas já lançadas neste ano! RECOMENDO!

NOTA: 9,0/10,0

Imagens: Reprodução da Internet

domingo, 29 de junho de 2014

CRÍTICA - A CULPA É DAS ESTRELAS


Lançado em 2012, "A Culpa é das Estrelas" já se tornou um Best-Seller logo de cara e vem permanecendo a tempos na lista dos mais vendidos do Brasil. Obviamente que iria ganhar uma adaptação para as telonas, mas até que ela saiu mais rápido do que se imaginava. Com direção de Josh Boone ("Ligados Pelo Amor"), que recebeu apoio e supervisão de seu trabalho do próprio escritor do livro, John Green, resultou em uma verdadeira e ótima adaptação. Os roteiristas Michael H. Weber e Scott Neustadter (responsáveis pelo ótimo "500 Dias Com Ela") transporão para a película praticamente o livro todo, incluindo as falas, os olhares e gestos dos personagens.


Como protagonista, não poderiam ter escolhido a sempre ótima Shailene Woodley (que salvou a produção "Divergente" e arrasou em "Os Descendentes" como a filha de George Clooney), que vive a adolescente Hanzel que possui um câncer em estado terminal. Com as enormes insistências de sua mãe (Laura Dern, de "Jurassic Park"), ela passa a frequentar as reuniões de um grupo de apoio onde há outros adolescentes que possuem câncer. Em uma dessas reuniões, elas conhece Gus (Ansel Elgort, de "Divergente"), que sofreu da doença a um tempo atrás e resultou na amputação de uma de suas pernas. É então que notamos, que a garota que vivia somente trancada dentro de casa, que só lia o livro "Uma Aflição Imperial" diversas vezes e se tornou viciada em um reality show de dança, começou a ter um novo rumo na sua vida em decorrência de um novo sentimento na sua vida: o de vivenciar o seu primeiro amor.Apesar de terem vivido irmãos em "Divergente", Woodley e Elgort realizam um trabalho no qual notamos que não haveria outros atores tão perfeitos para exercerem tal função. A sequencia inicial entre os dois, onde eles trocam olhares na reunião chega a ser exatamente como está transcrita no livro. Graças a excelente transposição, a produção ficou bem mais divertida para quem já leu o mesmo (o que foi o meu caso e de muitos outros leitores que conheço). Mas claro como em qualquer adaptação houveram alguns cortes, mas nada que prejudicasse o andar da história.



Durante a película, vemos alguns coadjuvantes que tiveram grandes momentos com destaque para o excêntrico escritor Paul Van Houten, vivido por Willem Dafoe (o Duende Verde de "Homem-Aranha"). Outro que também consegue ter outros grandes momentos, mas é na verdade o grande alivio cômico da produção é Nat Wolff (que já trabalhou com o diretor antes em "Ligados Pelo Amor"), que vive o jovem cego Iscaac.




O trabalho de Boone ajudou e muito a reconhecermos todo esse trabalho, pois o mesmo soube dosar os momentos de comédia e drama. Como já esperamos, o ato final da produção consegue arrancar muitas lagrimas de grande maioria do público. Mas ao começar os créditos finais, notamos que aquelas lagrimas na verdade, demonstram que o real motivo da obra de John Green é nos apresentar o propósito de que não há porque de nos sentirmos tristes em momento algum de nossas vidas (mesmo cientes que estamos perto do fim). RECOMENDO!


NOTA: 10,0/10,0

Imagens: Reprodução da Internet

terça-feira, 24 de junho de 2014

CRÍTICA - O HOMEM DUPLICADO


José Saramago já demonstrou para o grande público, com o livro e a adaptação para os cinemas de "Ensaio Sobre A Cegueira", que suas histórias nem sempre focam em uma história obvia, muito menos concreta. O enredo sempre busca em relatar o comportamento humano na sociedade, nas mais variadas situações. Na segunda adaptação de suas obras, "O Homem Duplicado" isso permanece. Com produção entre Canadá e Espanha, contando com a direção de Denis Villeneuve, que repete a parceria com Jake Gyllenhaal, do ótimo suspense "Os Suspeitos", a trama traz este como o professor de história Adam. Logo no principio, vemos que sua vida caiu praticamente na rotina: ele fala as mesmas coisas em suas aulas, volta para casa, corrige provas ou prepara suas aulas, recebe a visita de sua namorada Mary (Mélanie Laurent, de "Truque de Mestre"), jantam a luz de velas e terminam a noite transando sempre da mesma forma, e ela indo pra casa logo após o término. Mas até que um dia, um amigo de Adam lhe recomenda uma produção chamada "Querer é Poder". Como não tem o que fazer, ele aluga a mesma e quando assiste ele não da muita trela. Mas ao ter um sonho estranho, onde ele se vê no próprio filme, imediatamente ele decide rever a cena e nota que possui um sósia chamado Antony. Então ele decide partir na busca do mesmo, mas ao conhece-lo percebe que tudo em suas vidas começará a ter consequências drásticas.


Gyllenhal sempre se demonstrou um ator mediano. Suas expressões nunca foram as melhores em outras produções que ele esteve, e sempre era salvo por seus colegas de elenco (vide Hugh Jackman, Anne Hathaway, até mesmo Dennis Quaid). Em sua segunda empreitada com Villeneuve, ele recebe um papel duplo, cuja as personalidades são completamente diferentes uma da outra. E surpreendentemente, ele cumpre o que lhe é proposto e arrasa. Sua caracterização como Adam, ele consegue transpor toda a tristeza, timidez e tédio que o personagem apresenta. Já quando ele está como Antony, ele apresenta uma personalidade completamente oposta. O que não posso deixar passado despercebido, foram as brilhantes atuações das respectivas parceiras destes, vividas por Laurent e Sarah Gordon ("O Espetacular Homem-Aranha 2"). Ambas tem poucas falas, mas as expressões que elas realizam quando interagem com os sósias já tornam-se um dos pontos fortes da produção.


A narrativa ganhou uma enfase bastante artística e digna de Saramago, pois a película não possui muitos diálogos, muito menos uma história concreta e óbvia. Logo nos primeiros segundos de produção, vemos Antony em uma boate de strip-tease, cujo principio de um show foi uma dançarina pisando sobre uma aranha. Essa cena é praticamente idealizada durante toda a produção, pois a mesma representa a relação entre os dois protagonistas, pois enquanto o professor é a aranha, o ator é a dançarina que possui o poder sobre a indefesa aranha. Mas não é somente a aranha que é idealizada aqui, os closes em diversos prédios, de diferentes formas, representam as relações entre os personagens nas diferentes passagens da produção.

Já vou avisando que "O Homem Duplicado" é mais uma produção é para poucos (algo que foi demonstrado na própria sala em que estava), pois sua narrativa e visuais representam completamente uma produção artística, ou seja, não espere algo concreto ou animado, mas sim triste e que envolva e muito o nosso raciocínio para entende-lo. Em outras palavras, se você aprecia um bom cinema e uma ótima leitura vai adorar, agora se você prefere mais Blockbusters como "X-Men" e "Transformers" da vida e não gosta de ler, fuja!

Imagens: Reprodução da Internet

NOTA: 9,0/10,0

sexta-feira, 20 de junho de 2014

CRÍTICA - MALÉVOLA


Depois de conseguirem obter um sucesso meio que inesperado com "Alice No País das Maravilhas", em 2010, a Disney decidiu dar prioridade a uma nova série de produções: os outros lados dos contos de fadas que nós conhecemos. No último ano, já fomos brindados com o excelente "Oz: Mágico e Poderoso" (que trouxe uma inesperada homenagem a história do cinema). Mas a que alguns fãs estavam aguardando mesmo, era a outra versão da "Bela Adormecida", onde teria como protagonista a vilã Malévola, ao invés da princesa Aurora. A obra batizada de "Malévola", conta como sua interprete a bela Angelina Jolie, e mostra como ela se tornou a tão temida vilã. Só que pelo o que vemos nessa "Outra versão da história" (como é dito logo nos primeiros segundos de projeção), ela não é a verdadeira vilã.


Nos primeiros minutos de projeção, somos apresentados a uma jovem Malévola (Isobelle Molloy) que é uma verdadeira fada, pois possui asas e usa toda sua magia para o bem dos seres que habitam na mesma floresta que ela. Até o dia que ela conhece Steffan (Michael Higgins), um órfão que vagava por lá e demonstra ser o futuro herdeiro do trono. Passaram-se anos, e o mesmo acaba conseguindo o cargo (agora vivido por Sharlto Copley, de "Elysium"), mas para ele conseguir o posto ele teve que trair Malévola (agora vivida por Angelina Jolie). Como vingança, ela reaparece no dia do batismo da filha dele e joga a clássica maldição da "Bela Adormecida" nela (que no seu 16º aniversário, ela vai fazer um furo no dedo que a fará adormecer até ser beijada por seu amor verdadeiro). Como eu quero que vocês tenham a mesma sensação que tive ao assistir a essa produção, não irei contar mais nada da mesma. Mas já vou garantindo, que a história não é exatamente como a conhecida por todos nós.


A direção ficou a cargo do estreante na função Robert Stromberg, que já ganhou dois Oscars de direção de arte (por "Avatar" e "Alice no País das Maravilhas"). Sua marca é logo notada nos primeiros minutos de projeção, pois os cenários e animais mostrados ficaram belíssimos com a tecnologia 3D, que também nos faz entrar dentro da produção. Mas o que atrapalhou um pouco a narrativa, foi o roteiro cheio de buracos de Linda Woolverton (que já escreveu outros clássicos da Disney, como "A Bela e a Fera" e "O Rei Leão"). Vários arcos propostos por ela, não possuem mais explicações detalhadas, ou momentos mais marcantes do que devia e acabam transformando a mesma em uma tipica "Sessão da Tarde". Deixando claro também, que o diretor não conseguiu corrigir esses erros em cena.


Por sorte, o elenco contém os nomes das grandiosas Angelina Jolie e Elle Fanning, nos papeis de Malévola e da Princesa Aurora. Ambas conseguem ter uma divertida química e momentos hilários juntas (o primeiro encontro entre as duas é um exemplo), pois "Malévola" ainda brinca com o status de "Loira Burra" que a maioria das princesas do universo Disney vem ganhando com força total depois do sucesso "Encantada". Mas quem demonstra que cada vez mais cai na maldição da atuação marcante é o Africano, Copley. Sua caracterização do Rei, é muito similar a de outras produções recentes deste, como "Elysium" ou no remake de "Oldboy". Já as atrizes que interpretam as três fadas (Imelda Staunton, Juno Temple e Lesley Manville) que obtêm a guarda de Aurora no principio da película, não nada mais além de serem meio que um alivio cômico e um "tapa buraco" em alguns momentos. Mas de todos esses caracteres, o único que demonstra compreender a dor de Malévola, é seu súdito vivido por Sam Riley ("Na Estrada"). Seu personagem consegue ser bem mais interessante do que as três fadas mencionadas, e se torna mais um diferencial na narrativa.

"Malévola" acaba sendo mais uma produção Disney, que solta sempre uma lição de moral em seu desfecho e que os mais novos e menos exigentes a classificam "fantástica, maravilhosa", mas para os mais velhos e mais críticos é mais uma produção razoável, que poderia ter sido bem melhor e muito mais explorada.

NOTA: 6,5/10,0

Imagens: Reprodução da internet

CRÍTICA - VIZINHOS


Já fazem alguns anos que a dupla Seth Rogen e Evan Goldberg vem produzindo e escrevendo ótimas e originais comédias estadunidenses. Ao contrario de alguns outros produtores, que optam em plagiar outras comédias de sucesso, a dupla procura sempre focar em histórias e tiradas originais (aos quais sempre acabam homenageando outras produções clássicas, no máximo). Depois do divertidissimo "É O Fim", a dupla produz o novo longa estrelado por Rogan, "Vizinhos". Mas desta vez o roteiro teve a autoria dos estreantes Andrew J. Cohen e Brendan O'Brien, que realizaram um divertido e ótimo trabalho.


"Vizinhos" conta a história do casal Mac (Rogen) e Kelly Radner (Rose Byrne, de "X-Men: Primeira Classe"), que acabaram de ter uma filha pequena e se mudam para a casa dos sonhos. A vizinhança aparentemente tranquila, começa a mudar os rumos quando um grupo de universitários se muda para a casa ao lado. Liderados por Teddy (Zac Efron, de "High School Musical"), eles tentam fazer amizade com o casal logo de cara, pois os mesmos demonstram que sentem saudades do tempo de faculdade e curtir a vida de noitadas e farras. Mas a cada dia que passa as festas, os barulhos e as farras não param, o que deixa o casal com a recém nascida, furiosos a ponto de criarem uma guerra contra os universitários. A partir deste ponto, nós começamos a imaginar todo o rumo que a produção vai tomando. Mas é ai que o diferencial ocorre, pois as piadas e as artimanhas são completamente diferentes de outras produções do estilo de "briga entre vizinhos", como "Dois Velhos Rabugentos" e "Meus Vizinhos São Um Terror". O diretor Nicholas Stoller ("Ressaca de Amor"), já havia demonstrado em seus trabalhos anteriores que não tem pudor em apresentar piadas extremamente explicitas, que envolvem uso de consolos, drogas, palavrões, insinuações de sexo e nudez. Aqui tudo isso está presente e não chega a ser constrangedor ou bizarro, a ponto de transformar a película numa verdadeira bomba. Tudo aqui funciona e possui um timing cômico certo (afinal, se uma mesma piada ficar se repetindo ao longo da película, uma hora cansa).


A rivalidade entre os personagens de Rogen e Efron consegue divertir, pois ao longo da produção este demonstra que não chega a ser um vilão completamente ruim, já que ele demonstra uma personalidade amigável com os seus colegas de cena, incluindo o próprio casal. Mas algo que para as mulheres pode ser extremamente positivo, são as sequencias no qual Efron exibe seu corpo sem camisa como provocação a Rogen, que exibe uma musculatura completamente oposta. Outros que também tem divertidos momentos são o irmão de James Franco, Dave Franco ("Truque de Mestre"), Christopher Mintz-Plasse ("Kick-Ass 2"), o estreante Jerrod Carmichael e Lisa Kudrow (a Pheobe de "Friends") que vive a reitora da universidade do grupo.


"Vizinhos" no final das contas acaba se transformando sem dúvidas em uma das melhores comédias do ano até o momento (se não se tornar a melhor), pois sua trama não chega a ser em nenhum ponto cansativa ou clichê, e diverte que procura uma comédia sem compromisso. RECOMENDO!

NOTA: 8,5/10,0

Imagens: Reprodução da internet

quarta-feira, 18 de junho de 2014

CRÍTICA: X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO


Desde que a Marvel lançou o mega sucesso "Os Vingadores", muitos outros estúdios que possuem direitos a franquias de super-heróis, não pensaram duas vezes e já começaram a trabalhar em alguma produção que tende a juntar o universo de todos eles em uma única película. Enquanto a Warner se prepara para lançar "Batman V Superman: O Amanhecer da Justiça" em 2016 (originalmente previsto para 2015), a Fox lançou no último dia 23, "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido". A premissa deste é uma história que junta os universos da primeira trilogia e da última produção de Matthew Vaughn, da série dos "X-Men".


A história escolhida foi a famosa adaptação que mostram os mutantes vivendo em futuro pós-apocaliptico, onde eles são caçados por Sentinelas (que são robôs muito similares ao da produção "O Dia Em Que a Terra Parou"), que foram criados pelo industrial e ativista Bolivar Trask (Peter Dinklage, da série "Game Of Thrones") na década de 70. Os poucos mutantes sobreviventes vivem escondidos em cavernas. Não tendo mais saída, o Professor Xavier (Patrick Stewart) avisa que a única salvação é enviar a mente de alguém ao passado, através dos poderes de Kitty Pryde (Ellen Page, de "A Origem"), e lá encontrar o Xavier do passado (James McAvoy, de "Em Transe") e convence-lo se juntar com o Magneto (Michale Fassbender, de "12 Anos de Escravidão") para impedir que o plano do Dr. Bolivar entre em vigor. É então que Wolverine (Hugh Jackman, de "Os Suspeitos"), nota que pode ser o único capaz de passar por isso. Voltando ao passado, ele nota que obviamente nada será fácil como ele previa, e acabara contando com ajuda dos mutantes a Fera (Nicolas Hout, de "Um Grande Garoto") e Mércurio (Evan Peters, de "Kick-Ass 2").


O veterano diretor da série dos mutantes Bryan Singer, consegue realizar uma produção que acaba nos prendendo completamente durante suas duas horas de projeção (pelo qual, não sentimos em momento algum o tempo passar), e além disso uma verdadeira homenagem aos clássicos dos anos 70. Seja nos momentos em que aparecem durante a película, algumas reportagens sobre os arcos da mesma (algo que ganhou mais força com o ganhador do Oscar "Argo", e agora a maioria das produções tem apelado bastante para esse recurso), ou nas sequencias que mostram as câmeras de Super 8 sendo utilizadas por diversos figurantes.


O roteiro de Simon Kinberg ("Sherlock Holmes"), retrata a trama com uma abordagem na qual fãs dos quadrinhos e do cinema não ficarão decepcionados, pois ele conseguiu dosar em quantidades certas o suspense, as explicações dos fatos mostrados (como o fato do Xavier do passado ainda andar), e claro os alívios cômicos, que aqui são realizados por Mércurio na maioria das vezes. Mas de todos os grandes nomes do elenco, como Fassbender, Jackman, McAvoy e Dinklage, quem rouba a cena e arrasa no seu primeiro papel como uma "grande vilã", foi Jennifer Lawrence ("Trapaça"). Sua Mistica é o grande pivô do contexto da trama, e ela exerce seu papel com uma enorme frieza, que em certos momentos deixa seu colega Fassbender pra trás (mesmo esse tendo a mais interessante introdução, já que ele estava preso no subsolo de um presidio de segurança máxima, pois assassinou o Presidente JFK).

Agora em comparação a super produção "Os Vingadores", honestamente achei que "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" se saiu melhor. Não pelo fato de ser a sétima produção da série dos mutantes da Marvel, mas porque a trama conseguiu demonstrar um amadurecimento maior de todos os protagonistas, e além disso não transformou os encontros deles em um verdadeiro "Stand-Up". RECOMENDO!

Obs: Não saia da sala até o término dos créditos finais, pois há uma cena que interliga este com o próximo filme "X-Men Apocalipse", que estreia em 2016.

NOTA:10,0/10,0

Imagens: Reprodução da Internet


sexta-feira, 13 de junho de 2014

CRÍTICA - GODZILLA


Depois de exatos 60 anos desde sua primeira história, inúmeras produções japonesas e o "Clássico da Sessão da Tarde", de Roland Emmerich, chega agora as telonas a mais nova versão do monstro mais popular de todos os tempos: "Godzilla", dirigida aqui por Gareth Edwards (que curiosamente dirigiu antes desse uma produção indie chamada "Monstros"). Aqui vemos uma abordagem completamente diferente das outras produções realizadas. Só para se ter uma noção, a película possui uma fotografia completamente escura (inclusive nas sequencias diurnas), o que serve apenas de consolo para melhoria dos efeitos visuais dos monstros, que na mescla com os atores parecem serem completamente reais. Estes acabam sendo o verdadeiro problema aqui, pois em todas as outras produções o monstro Godzilla teve muito mais tempo e destaque em cena do que aqui. 


A história do filme, gira em torno do engenheiro Joe Brody (Brian Cranston, de "Argo"), que há 15 anos descobriu que havia a existência de seres desconhecidos embaixo da usina nuclear, onde ele e sua esposa (Juliette Binoche, de "Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada") trabalham no Japão. Investigando o mesmo, sua esposa acaba falecendo, o que faz com que ele se torne obsessivo pelo caso. Voltando aos dias atuais, vemos o seu afastado filho, Ford (Aaron Taylor-Johnson, o "Kick-Ass") casado com a enfermeira Elle (Elisabeth Olsen, de "Oldboy") e com um filho pequeno (Carson Bolde), agora vivendo nos Eua. Até que ele recebe um telefonema do Japão, avisando que seu Pai foi detido por ultrapassar uma zona em quarentena. Chegando lá, eles acabam percebendo que toda a teoria deste existe, e eles acabam se tornando figurantes no meio de uma briga entre monstros. Mas graças ao roteiro da dupla Max Borenstein e Dave Callaham (da série "Os Mercenários"), os únicos figurantes aqui são Godzilla e os outros monstros.


Apesar de ser bem clichê a história de "desculpa", ela acaba ganhando um espaço além do que devia, deixando as lutas de Godzilla contra as outros monstros em segundo plano. Pra ter uma noção, este acaba aparecendo somente no terceiro ato da película, ou seja, quase na metade da mesma. Mas mesmo assim, seu visual consegue superar o de muitas outras produções do gênero atual. Outro erro grotesco do roteiro, foi o fato da insistência de comparar o herói vivido por Johnson com o Godzilla. Este, que demonstra que continua preso ao papel que o consagrou no cinemas (o do pseudo-herói "Kick-Ass"), não consegue ter uma atuação mais convincente no meio de um elenco com grandes nomes como Cranston, a recém indicada ao Oscar Sally Hawkins (Blue Jasmine), Ken Watanabe ("Batman Begins") e David Strathairn ("Ultimato Bourne"). Ao menos sua química com Olsen da certo, apesar de no próximo ano eles entrarem no Universo Marvel como os Irmãos Mércurio e Feiticeira Escarlate, em "Os Vingadores: A Era de Ultron".


Infelizmente, notamos ao desfecho da película que o diretor Gareth Edwards tentou montar uma homenagem a todas as produções realizadas anteriormente. Só que pelo visto, ele não teve muita audácia em honrar o grande "Gojira" (expressão usada pelos japoneses que significa "Godzilla") e o acabou jogando ele pra escanteio no meio de tanto clichê que fora deixado em primeiro plano (afinal, é mais "interessante" vermos Olsen e outros humanos correndo da briga dele com outro monstro, do que a própria (que aparentava que poderia ser sido bem feita)). Sem duvidas, "Godzilla" podia ter ganho algo mais magistral no seu retorno as telonas. Mas pelo visto acabaremos vendo se formar a partir deste, mais uma franquia de enormes rendas para o bolso da Warner, onde o enredo ficará em completo segundo plano.

Obs: Infelizmente, por ser a única e última sessão deste filme no cinema no qual frequento, acabei tendo que assisti-lo na versão dublada. Desta vez, até que o trabalho esta bem feito e realizado, pois souberam escolher vozes que são bastante familiares com a dos atores na versão original. 

Nota: 5,5/10,0

Fotos: Google Imagens