domingo, 6 de abril de 2014

CRÍTICA - NOÉ


Desde 2004, quando foi lançada produção "A Paixão de Cristo", não houve nenhum outro blockbuster que abordasse as histórias e passagens bíblicas. Exatamente 10 anos depois, o diretor, roteirista e produtor Darren Aronofsky (de "Cisne Negro"), lança a nova versão da história da arca de Noé, batizada apenas de "Noé". Este é vivido por Russel Crowe, que recebe a missão do "Criador" (como é mencionado Deus no filme) de montar uma arca para salvar vários animais de um diluvio que esta por vir, que representará o inicio de uma nova era. É então que ele, sua esposa Naameh (Jennifer Connelly, que já trabalhou como a esposa de Crowe em "Uma Mente Brilhante) e seus filhos Ham (Logan Lerman, de "Persy Jackson e o Mar de Monstros"), Shem (Douglas Booth, de "O Destino de Jupter") e a filha adotiva deles Ila (Emma Watson, a eterna Hermione de "Harry Potter"), juntamente com outros anjos que se transformaram em pedra, começam a trabalhar na montagem da arca. Passam-se anos, até que alguns grupos de "pecadores" (vamos batizar assim, as pessoas que destroem tudo o que Deus construiu para o bem próprio, que segundo a película, era toda a humanidade), liderados por Tubal-cain (Ray Winstone, de "O Fim da Escuridão") percebe a "loucura" que Noé está fazendo e decide matar ele e toda sua família, para mostrar que ele manda em tudo e todos.


Algo que Aronofsky já nos havia apresentado em "Cisne Negro", são seus personagens com esterótipos obsessivos em seus objetivos. Aqui temos dois casos mais intensos, que são: Noé, que demonstra como alguém sem compaixão com as desgraças que presencia fora da arca, assim como em algumas de suas atitudes. No final das contas, ele acaba sendo mais um antagonista as vezes do que um protagonista (algo que na bíblia não acontece). E seu filho Ham, que pensa mais com quem ele vai se reproduzir do que no bem estar das pessoas a sua volta. Graças as ótimas escolhas de Russel Crowe e Logan Lerman (que apresentam uma de suas melhores atuações em todas as suas carreiras), isso conseguiu ser percebido com enorme naturalidade. Já o casal Shem e Ila, ganham destaque no penúltimo ato da película, pois esta é estérea e graças a um milagre de seu bisavô Methuselah (Anthony Hopkins, de "Thor Mundo Sombrio") a situação se reverte. Valendo lembrar, que Watson finalmente está começando a sair da imagem da inocente Hermione, e apresenta uma atuação ótima e que chega a roubar a cena no ato mencionado anteriormente.


Fora esta obsessão dos caracteres, Aronofsky nos apresenta um trabalho um tanto familiar com o de Terrence Malik em "A Arvore da Vida". Logo no inicio da película, assim como em mais dois momentos da produção (que chega a ser desnecessária a repetição), nos deparamos com um pequeno monólogo do inicio dos tempos que mostra desde a passagem de Adão e Eva, e Abel e Caim (sendo que em ambas as histórias, os dois são representados por sombras ou luzes). O que ajudou ainda mais na representação dessas, foi a excelente execução do trabalho da equipe de fotografia. No meu caso, que assisti a versão em 3D (infelizmente, em mais uma horrenda versão mal dublada), acabei me sentindo dentro do filme, onde pássaros, cobras e outros objetos acabam "passeando pelo cinema" durante diversas sequencias (além da clara profundidade em diversas cenas). 


Se você tem costume de ir a Igreja e gostar de histórias bíblicas, pode se questionar com a qualidade da produção. Agora se você é cinéfilo e adora uma aventura em terceira dimensão, "Noé" é um prato cheio.

Nota: 7,0/10,0

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