segunda-feira, 24 de março de 2014

CRÍTICA - 300 A ASCENSÃO DO IMPÉRIO


Já ficou claro há um certo tempo, que Rodrigo Santoro é o principal representante brasileiro nos Eua. Isso é comprovado a cada produção que ele estrela, seja em produções independentes (como "O Golpista do Ano") e em mega blockbusters (como foi o caso de "300"). Agora, ele tende a ser meio que o protagonista da continuação deste último que pode ser definido como seu grande sucesso la fora. O que era originalmente para ser uma produção baseada nos quadrinhos de seu personagem "Xerxes", acabou se tornando uma produção sobre a guerreira Artmésia (Eva Green, de "007 - Cassino Royale", na foto abaixo), pois ela acaba roubando a cena em todos os momentos nos quais aparece, fazendo o Xérxes de Santoro ficar em segundo plano (apesar de ambos serem o ponto forte da produção, e apresentarem uma química bastante plausível) quando originalmente não era pra ser.


Mas fora isso, "300 - A Acensão do Império" não pode ser definido como uma continuação direta de "300", pois a história se passa antes, durante e após os eventos retratados neste. No principio da pelicula, vemos como Xerxes acabou se tornando um Deus, assim como Artmésia se tornou a mais temida e poderosa guerreira daquela época. Logo, a produção vai intercalando entre ambos e a preparação dos espartanos (havendo uma breve ponta de Gerard Butler, mas apenas em flashbacks), Gregos e Atenienses para a batalha contra Artmésia e o enorme império Persa de Xerxes. Aqui, ao invés do caricato e excelente Butler, temos como protagonista o desconhecido Sullivan Stapleton (de "Caça aos Gangsters"), que vive o guerreiro ateniense Themistocles, pelo o qual foi o responsável pela morte de Dário (Igor Naor, de "Zona Verde"), cujo o filho é ninguém menos que Xerxes. Mais tarde, Themistocles é justamente o responsável por tentar convencer a viúva de Leônidas Gorgo (Lena Headey, de "Instrumentos Mortais"), a se unir aos atenienses em uma batalha contra o enorme exercito persa de Xerxes e vingar a morte de seu marido.


A produção tinha tudo para ser melhor que a primeira, já que a vilã vivida por Eva Green demonstra ter um enorme nível de insanidade, com atos que vão de decapitar uma cabeça e beijar a boca do sujeito depois, à incorporar um verdadeiro "sexo selvagem" com Sullivan. Este sim foi o verdadeiro responsável pela qualidade da produção decair muito. Sua atuação não convence em momento algum e seus gestos e feições aparentam uma tentativa de ser um "novo Gerard Butler". Confesso que por causa disso, eu acabei torcendo mais para Artmésia e Xerxes, do que para Themistocles. Mas quando não poderia ficar pior, as subtramas dos guerreiros atenienses e persas acabam beirando ao clichê extremo, que vão de vingança pela morte de um amor ou parente, e claro não existe ninguém fora de forma durante toda pelicula!

Já o trabalho do diretor Noam Murro (de "Vivendo e Aprendendo"), é nada mais, nada menos do que uma imitação do trabalho anterior de Zack Snyder ("Homem de Aço"), que aqui assina apenas o roteiro e a direção. As lutas em câmera lenta, fotografia escura, closes nos protagonistas nas horas de tensão, são algumas das coisas que este  marcou com a primeira película, e continuam por aqui. Munro não demonstra nenhuma criatividade em cena, e acaba parecendo que não vemos nada de novo na parte técnica do filme. A não ser na versão em 3D, onde em vários momentos sentimos vários momentos de profundidade e objetos e sangue vindo em nossa direção em diversos momentos.


No final das contas, "300 A Ascensão do Império" é mais um daqueles filmes pipoca, no qual deixamos nossa cabeça fora da sala de cinema, compramos aquela pipoca e refrigerante gigante, chamamos aqueles amigos mais loucos, para curtir conosco mais um festival de pancadaria, sexo e Black Sabbath.
Obs: a nota desta película foi classificada como 6,0, não pela qualidade regular da produção, mas sim pelas ótimas atuações de Eva Green e Rodrigo Santoro. Caso contrário, a nota seria 3,0.

NOTA: 6,0/10,0


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