segunda-feira, 31 de março de 2014

CRÍTICA - NAMORO OU LIBERDADE


Já é algo um tanto comum em algumas produções de comédias estadunidenses, abordarem o estilo "vida louca" dos adolescentes. Seguindo o estilo de alguns clássicos do cinema como "American Pie", "Ela é Demais" dentre outros dos anos 90, "Namoro ou Liberdade" aborda justamente a história de um trio de amigos, que após Jason (Zac Efron, de "High School Musical") terminar o namoro e Mickey (Michael B. Jordan, o novo Tocha Humana do reboot de "Quarteto Fantástico") tomar um chute da esposa, decidem fazer um acordo (que na verdade, em alguns momentos eles mencionam como "aposta", mas enfim, me pareceu mais um acordo), de nenhum dos três não se envolverem em nenhum tipo de namoro, e terem apenas relacionamentos casuais. Então logo após uma noite na balada, Jason e Daniel (Milles Teller, de "Projeto X"), acabam se envolvendo cada um com uma mulher, mas ambos se veem meio que atraídos por elas. Assim, eles ficam com medo de revelar para Mickey (que está em uma enorme depressão por causa do fim de seu casamento) sobre a situação embaçada deles e resolvem manter segredo disto tudo.


No inicio da película, notamos logo de cara que a verdadeira intensão do estreante Tom Gormican (que antes apenas havia co-produzido a bomba "Para Maiores"), que assina o roteiro, a produção e direção deste. É exatamente mostrar como cada vez mais os adolescentes estão cada vez mais ignorando os compromissos de uma vida adulta, optando por continuarem sendo verdadeiras crianças em corpo de adultos. Consequentemente nos deparamos com diversas piadas no estilo pastelão, no qual há diversas envolvendo masturbação, prostitutas, viagra e outras coisas. Mas por incrível que pareça, elas acabam fazendo sentido no contexto da história, pois sua abordagem quer apresentar ao publico exatamente essa crítica. O que fará alguns homens acabarem se identificando com algumas das situações vistas em cena.

Quanto a escalação do trio principal, ela por incrível que pareça funcionou. Valendo lembrar que Milles Teller e Michael B. Jordan acabaram de serem contratados para serem o Sr. Fantástico e Tocha Humana, no novo "Quarteto Fantástico" previsto para 2015. Aqui eles demonstram de fato, que o perfil deles não combina nem um pouco com o de "super-heróis", pois eles não podem serem classificados como "grandes atores", apenas do tipo "atores básicos" que são aqueles que fazem aqueles tipos de filmes "sessão da tarde". Quanto a Zac Efron, devo dizer que ele não chega a ser grande ator, pois ele sempre possui a mesma fisionomia em todas suas produções, apesar dele ser o único ator que saiu de "High School Musical" que acertou na maioria de suas escolhas ("A Morte e a Vida de Charlie", por exemplo). Mas sua fama como Troy Bolton o acabou queimando completamente sua imagem no cinema (pois alguns homens pegaram uma certa "birra" com ele, já que ele rouba a atenção da maioria das mulheres) e seus filmes não alcançam chegaram a alcançar grande público ultimamente por conta disso.


Quanto ao elenco feminino, temos a pouco conhecida Imogen Poots ("Need For Speed"), a estreante Mackenzie Davis e Jessica Lucas ("A Morte do Demônio"), que vivem os pares de Efron, Teller e Jordan, respectivamente. A unica que não se encaixa com seu par é Poots, pois em momento algum sentimos atração entre os dois atores durante a película, o que dificultou um pouco na aceitação do "relacionamento complicado" deles. "Namoro ou Liberdade", pode ser classificado como mais um filme pipoca (já que atualmente nos cinemas, só tem estreado produções neste estilo), então o certo é: comprar aquela pipoca gigante, junto com um refrigerante, chamar ou amigos(as) ou aquele interesse amoro e mandar ver.

Nota: 6,5/ 10,0

segunda-feira, 24 de março de 2014

CRÍTICA - 300 A ASCENSÃO DO IMPÉRIO


Já ficou claro há um certo tempo, que Rodrigo Santoro é o principal representante brasileiro nos Eua. Isso é comprovado a cada produção que ele estrela, seja em produções independentes (como "O Golpista do Ano") e em mega blockbusters (como foi o caso de "300"). Agora, ele tende a ser meio que o protagonista da continuação deste último que pode ser definido como seu grande sucesso la fora. O que era originalmente para ser uma produção baseada nos quadrinhos de seu personagem "Xerxes", acabou se tornando uma produção sobre a guerreira Artmésia (Eva Green, de "007 - Cassino Royale", na foto abaixo), pois ela acaba roubando a cena em todos os momentos nos quais aparece, fazendo o Xérxes de Santoro ficar em segundo plano (apesar de ambos serem o ponto forte da produção, e apresentarem uma química bastante plausível) quando originalmente não era pra ser.


Mas fora isso, "300 - A Acensão do Império" não pode ser definido como uma continuação direta de "300", pois a história se passa antes, durante e após os eventos retratados neste. No principio da pelicula, vemos como Xerxes acabou se tornando um Deus, assim como Artmésia se tornou a mais temida e poderosa guerreira daquela época. Logo, a produção vai intercalando entre ambos e a preparação dos espartanos (havendo uma breve ponta de Gerard Butler, mas apenas em flashbacks), Gregos e Atenienses para a batalha contra Artmésia e o enorme império Persa de Xerxes. Aqui, ao invés do caricato e excelente Butler, temos como protagonista o desconhecido Sullivan Stapleton (de "Caça aos Gangsters"), que vive o guerreiro ateniense Themistocles, pelo o qual foi o responsável pela morte de Dário (Igor Naor, de "Zona Verde"), cujo o filho é ninguém menos que Xerxes. Mais tarde, Themistocles é justamente o responsável por tentar convencer a viúva de Leônidas Gorgo (Lena Headey, de "Instrumentos Mortais"), a se unir aos atenienses em uma batalha contra o enorme exercito persa de Xerxes e vingar a morte de seu marido.


A produção tinha tudo para ser melhor que a primeira, já que a vilã vivida por Eva Green demonstra ter um enorme nível de insanidade, com atos que vão de decapitar uma cabeça e beijar a boca do sujeito depois, à incorporar um verdadeiro "sexo selvagem" com Sullivan. Este sim foi o verdadeiro responsável pela qualidade da produção decair muito. Sua atuação não convence em momento algum e seus gestos e feições aparentam uma tentativa de ser um "novo Gerard Butler". Confesso que por causa disso, eu acabei torcendo mais para Artmésia e Xerxes, do que para Themistocles. Mas quando não poderia ficar pior, as subtramas dos guerreiros atenienses e persas acabam beirando ao clichê extremo, que vão de vingança pela morte de um amor ou parente, e claro não existe ninguém fora de forma durante toda pelicula!

Já o trabalho do diretor Noam Murro (de "Vivendo e Aprendendo"), é nada mais, nada menos do que uma imitação do trabalho anterior de Zack Snyder ("Homem de Aço"), que aqui assina apenas o roteiro e a direção. As lutas em câmera lenta, fotografia escura, closes nos protagonistas nas horas de tensão, são algumas das coisas que este  marcou com a primeira película, e continuam por aqui. Munro não demonstra nenhuma criatividade em cena, e acaba parecendo que não vemos nada de novo na parte técnica do filme. A não ser na versão em 3D, onde em vários momentos sentimos vários momentos de profundidade e objetos e sangue vindo em nossa direção em diversos momentos.


No final das contas, "300 A Ascensão do Império" é mais um daqueles filmes pipoca, no qual deixamos nossa cabeça fora da sala de cinema, compramos aquela pipoca e refrigerante gigante, chamamos aqueles amigos mais loucos, para curtir conosco mais um festival de pancadaria, sexo e Black Sabbath.
Obs: a nota desta película foi classificada como 6,0, não pela qualidade regular da produção, mas sim pelas ótimas atuações de Eva Green e Rodrigo Santoro. Caso contrário, a nota seria 3,0.

NOTA: 6,0/10,0


segunda-feira, 3 de março de 2014

CRÍTICA - CLUBE DE COMPRAS DALLAS


Matthew McConaughey sempre foi conhecido por seus papéis naquelas tipicas comédias românticas clichês, como "Como Perder Um Homem em 10 Dias" e "Armações do Amor". Mas em 2010, ele optou por tomar novos rumos em sua carreira e aceitou estrelar o suspense "O Poder e a Lei". Consequentemente, ele recebeu diversos elogios por sua atuação e a partir dai foi pegando um filme mais diferente do outro, como "Killer Joe", "Magic Mike", "O Lobo de Wall Street" (que apesar de aparecer pouco em cena, conseguiu realizar um improviso que acabou se tornando cult) e agora "Clube de Compras Dallas". Mas diferente dos outros projetos, ele não teve de tirar a roupa ou improvisar para conseguir uma ótima atuação, mas sim perder 19 kg para viver um homem com o vírus da Aids. Não foi só McConaughey que teve de perder quilos para o papel, seu companheiro de cena Jared Leto (de "O Senhor das Armas") também, só que ele viveu um travesti.


A película se passa na década de 80, quando o eletricista/"peão de boiadeiro" homofóbico Ron Woodroof (McConaughey) leva uma vida sem preocupações, se envolvendo sexualmente com diversas mulheres e usando todo tipo de drogas. Mas um dia, ele sofre uma recaída e acaba sendo diagnosticado com o vírus da Aids, e só lhe restam mais 30 dias de vida. Sem outra opção, ele começa a estudar sobre a sua doença e vai parar no México, onde descobre que existem alguns medicamentos mais eficazes que ainda não foram aprovados pelo departamento de saúde, e que o podem o ajudar a ter mais tempo de vida. É então que dentre as idas e vindas ao hospital, ele conhece o travesti Rayon (Leto) que se torna seu companheiro de luta. Logo, Woodroof propõe a este uma parceira para se unir a ele no comando de um "Clube de Fidelidade", onde ele adquire diversas unidades desses medicamentos não autorizados e propõe ao enfermo com HIV que o page 400 dólares mensais, e esta recebe os medicamentos necessários para se tratar por conta própria. Mas isso acaba chamando atenção dos médicos (Jennifer Garner, de "Juno" e Denis O'Hare de "A Proposta") que cuidam de Rayon e Woodroof, que não aprovam a atitude deles, só que eles não imaginavam que ele tinha uma noção da doença praticamente no mesmo nível deles.

Uma vez comentaram comigo, que para um filme realmente dar certo ele necessita de ter uma química entre os atores em cena. Em "Clube de Compras Dallas" isso acontece de uma forma tão grandiosa, que o entrosamento entre McConaughey e Leto chega a parecer veridico, assim como o fato dos dois estarem realmente doentes, devido a enorme quantidade de pesos que ambos atores perderam. A carga dramática que ambos realizam e carregam durante a película é impressionante, pois no final das contas, acabamos nos emocionando com o desfecho previsível de ambos. O que ajudou bastante na atuação de ambos, foi também o excelente trabalho de maquiagem, que ajudou a deixar Leto ainda mais irreconhecível
.

Já McConaughey e Garner (foto acima), que atuaram juntos em "Minhas Adoráveis Ex-Namoradas" (mais uma tipica comédia romântica dele), tiveram uma química plausível antes e agora conseguem ter um ótimo e realista entrosamento entre paciente e médico, no qual esta não demonstra sentimento e interesse algum com a situação dos enfermos com HIV (coisas tipicas de médicos do "SUS"). No decorrer da película, a narrativa exercida pelo canadense Jean-Marc Vallée (diretor de "A Jovem Rainha Victória") nos apresenta uma abordagem de redenção entre os personagens. Vamos acompanhando a doença de Woodroof deste o primeiro dia, e a cada dia que vai passando, notamos o quanto ela vai fazendo ele se tornar uma pessoa completamente diferente.

No final das contas "Clube de Compras Dallas" é mais uma daquelas produções que são tipicas merecedoras de Oscars, pois afinal de contas, qual ator que não entrega o corpo e a alma no papel não merece o premio? Recomendo!

Indicações ao Oscar: Filme, Roteiro Original, Edição;
Ganhou: Ator (Metthew McConaughey), Ator Coadjuvante (Jared Leto) e Maquiagem.

Nota: 10,0/10,0

domingo, 2 de março de 2014

CRÍTICA - ELA


Desde 2007, quando foi lançado "A Garota Ideal", não existiu mais nenhum filme com uma abordagem diferenciada sobre as passagens de uma depressão amorosa. Passaram-se sete anos depois, e o diretor, roteirista e ator Spike Jonze, tendo em mente o que o mundo vem passado com as evoluções tecnológicas (que vem aumentando a cada dia), tratou de criar uma história um tanto que diferente, que num primeiro momento parece não ser original, mas no andar da película vemos que estamos enganados.

Somos apresentados logo de cara, ao pacato cidadão Theodore (Joaquim Phoenix, de "Sinais"), que vive em uma imensa depressão amorosa, devido ao seu recente divórcio com Catherine (Rooney Mara, de "Terapia de Risco"). Desde então, ele passa o dia inteiro divido entre o seu trabalho como escrivão de cartas. Mas um dia, Theodore repara no anuncio de uma marca nova de Software, que promete um ter uma completa e direta interação com seu consumidor. Ao ligar o aparelho, ele pergunta ao seu cliente para definir  o "sexo da voz" e "como é ou era a sua mãe?". Após isso, ele é executado e além de demonstrar que possui uma completa inteligencia artificial, no caso "Ela" se apresenta como Samantha (voz de Scarlett Johansson). Ao passar dos tempos, Theodore vai criando uma certa afinidade com ela, e de repente ele acaba se apaixonando por completo e inclusive assumindo um relacionamento sério com Samantha.


Ao longo da história, Jonze vai realizando uma crítica sobre o atual problema da sociedade: a obsessão de possuir bens tecnológicos ao invés de uma vida sem eles. O personagem de Phoenix pode parecer que não, mas ele representa muitas pessoas que vivem o dia todo grudadas nas telas dos computadores, celulares e outras coisas, idolatrando seus perfis no "Facebook", "Instagram", dentre outros. Sua atuação demonstra o quanto uma vida pode se tornar monótona a partir do momento que damos bola para as futilidades do dia a dia. O que ganhou um enorme reforço com o trabalho de Jonze, que a cada momento que se passava a pelicula, ela ia ficando cada vez mais monótona, parada e inclusive tediosa. Mas o engraçado, é que tudo isso foi proposital, para representar a chatice que estava a vida de Theodore com Samantha. De fato, Phoenix foi um dos maiores injustiçados do Oscar deste ano, pois ele segurou praticamente o filme todo sozinho, somente com os fones ou com o "celular" na mão (lembrando que nos sets, ele gravou o filme todo com a voz de outra dubladora, já que Johansson foi contratada durante o processo de pós-produção do filme, praticamente). 


Pra não falar que ele tava completamente sozinho, a produção contou com uma rápida ponta da bela Olivia Wilde ("Rush - No Limite da Emoção"), como um caso amoroso de Theodore. Além dela, "Ela" também conta com Amy Adams, que mais uma vez exerce o papel que a consagrou no cinema com "Encantada": o da bobona alegre, Chris Pratt que faz o papel do melhor amigo do protagonista, que aparentemente aceita o relacionamento dele com uma voz na boa. No final das contas, "Ela" demonstrou ser um filme diferente e ao mesmo tempo para nós pensarmos onde está indo a nossa sociedade atual, que sem duvidas, resultará no premio de melhor roteiro original.

Indicações ao Oscar 2014: Melhor Filme, Roteiro Original, Design de Produção, Trilha sonora e Canção Original ("The Moon Song").

Ganha: Melhor Roteiro Original.

Nota: 9,0/10,0

sábado, 1 de março de 2014

CRÍTICA - SEM ESCALAS


Liam Neeson já pode ser classificado como um veterano do cinema. Mas ele ganhou fama e notoriedade com a série "Busca Implacável", onde ele vivia um investigador a lá "Chuck Norris". Desde então ele vem feito vários filmes com esse estilo de personagem (sendo que grande maioria destes são realmente bons). Agora, chega as telonas seu novo filme "Sem Escalas", cuja trama pega um pouco de carona nos suspenses que se passam dentro de um avião, como o primeiro "Premonição" e "Serpentes A Bordo". 

Neeson vive aqui o agente Bill Marks, que num voo de Nova York para Londres recebe uma mensagem de um desconhecido alegando que uma pessoa vai morrer naquele avião a cada 20 minutos, sendo que a única coisa que impedirá tudo é se depositarem U$150 Milhões em uma conta corrente. É então que com a ajuda de uma passageira que sentou ao seu lado (Julianne Moore, de "Carrie A Estranha"), uma aeromoça (Michelle Dockery, de "Hanna", que aqui está completamente sem expressão) e de alguns passageiros, Marks correrá contra o tempo para impedir que os assassinatos aconteçam.


Em mais uma parceria com o diretor Jaume Collet-Serra (a outra fora em "Desconhecido"), Neeson tenta segurar o filme com o seu estilo "Norris" de ser, mas não consegue. No inicio suas atitudes mediante as mensagens ameaçadoras são até válidas, mas no decorrer da trama elas vão se repetindo, e ficando cada vez mais sem nexo algum. Quanto a química entre Neeson e Moore, ela soou forçada demais (ao contrario da antiga parceria entre eles, com o suspense "O Preço da Traição") e em certo ponto da produção ela não convence nem um pouco em sua atuação, enquanto Neeson só quer "dar porrada" em tudo e todos. O roteiro escrito pelo trio Ryan Engle, Christopher Roach e John W. Richardson, chega a parecer uma novela em certos momentos, pois a história vai se esticando cada vez mais e algo que poderia ser resolvido em 80 minutos de projeção passa a ter 106 no total.


Como no cinema da minha cidade só possui películas com cópias dubladas, desta vez acabei não tendo escolha e optei por ela, que por sinal estava horrível. A dublagem escolhida para o protagonista e alguns personagens não conseguia pegar o ritmo da produção e piorava o trabalho dos atores (já que 70% das cenas eles "cochichavam" (sendo que era essa a ideia da pelicula) de uma certa forma que beirava ao mudo). No final das contas, "Sem Escalas" acaba se tornando um filmeco clichê de "Domingo Maior", enquanto Neeson tenta demonstrar mais uma vez que pode ser o novo "Chuck Norris" do cinema. Fuja.

Nota: 3,0/10,0