sábado, 31 de maio de 2014

CRÍTICA - NO LIMITE DO AMANHÃ


Tom Cruise já deixou claro que é um dos maiores nomes do cinema atual. Qualquer papel que ele recebe, o interpreta com classe e quase sempre da um show, valendo lembrar que ele sempre costuma evitar o uso de dubles nas cenas de risco. Ano passado ele nos brindou com "Oblivion", que foi um dos melhores filmes do ano (na minha opinião). Continuando no gênero de ficção cientifica, ele estrela juntamente com Emily Blunt ("Agentes do Destino"), que também já provou que tem capacidade de atuar em qualquer tipo de papel, a ficção "No Limite do Amanha", que é inspirada nos quadrinhos de Hiroshi Sakurazaka, "All You Need Is Kill". 


Aqui Cruise interpreta o Tenente-Coronel Cage, que participa de uma enorme campanha na imprensa para convocação de soldados para o exercito estadunidense, durante a invasão da raça alienígena dos Mimics, pelo qual vem deixando um rastro de destruição e morte por onde passam. Mas o que ele não esperava era ser convocado por seus superiores, para a mesma. Assutado, Cage logo reluta, já que nunca esteve em um campo de batalha se quer. Então no meio da batalha, ele se mostra o tempo todo mal treinado e equipado e evidentemente, acaba sendo morto por um alienígena em poucos minutos. Mas o que ele não esperava é que o mesmo lhe transmitiu uma habilidade de reviver desde o principio, o mesmo dia em que ele faleceu. Só que a cada renascença, ele vai ganhando muito mais habilidade e inteligencia no combate aos Mimics. Logo, ele acaba conhecendo no campo de batalha, Rita (Blunt), uma mulher que é considerada uma das maiores guerreiras daquele campo. É com ela que Cage começa a treinar cada vez mais e correr contra o tempo para dizimar de vez a raça alienígena do planeta.


Apesar de algumas referencia clara há outros personagens vividos por Cruise no cinema (como Jerry Maguire e o famoso Maverick de Top Gun), seu Cage consegue entrar para o seu curriculum como o mais tímido e envergonhado de todos. Que obviamente, vai mudando sua personalidade ao decorrer da película. Já quando ele se junta com Blunt em determinadas cenas, eles conseguem obter uma ótima química em cena, mesmo em alguns momentos ela não possuir uma expressão plausível aos pés de Cruise.

As sequencias de ação comandadas pelo diretor Doug Liman, chegam a remeter em muitos momentos outros de seus filmes como "Jumper" e "A Identidade Bourne", pois a premissa da produção tecnicamente remete a ambas produções em um contexto geral. Mas o que todos pensam, histórias assim normalmente devem cansar, já que fica repetindo a mesma sequencia diversas vezes, mas eu devo assumir que aqui acontece aqui só até o segundo arco, pois o roteiro de Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterworth, deixa a película mais objetiva e em certos momentos não temos certeza se ele já viveu aquilo ou não, deixando a mesma muito mais divertida (remetendo um pouco ao recente "Contra o Tempo" e o clássico "Feitiço do Tempo").


Quanto ao 3D, devo admitir que não pude conferir já que o cinema no qual frequento não possuía a cópia em exibição. Mas em certos momentos dava para notar que havia a questão dos efeitos de interação com o público (como armas sendo apontadas, o protagonista voando em nossa direção e etc.). "No Limite do Amanha" é um daqueles tipos de filmes que são recomendados para os verdadeiros fãs do trabalho de Tom Cruise, gostam de produções de ficção e ação ou são amantes da sétima arte, pois caso contrario, não vão gostar do filme.

Nota: 7,5/10,0

quarta-feira, 14 de maio de 2014

CRÍTICA - MULHERES AO ATAQUE


Amizade entre mulheres, é um tema que quando bem explorado acaba rendendo divertidas e ótimas produções. Um caso que eu gosto sempre de citar, é o recente "Missão Madrinha de Casamento", que além de ser uma ótima comédia, rendeu indicações ao Oscar (incluindo roteiro original). Pegando carona no estilo, chega desta vez mais uma produção bem clichê e pipoca do gênero, chamada "Mulheres Ao Ataque". Apesar de ser dirigida por Nick Cassavetes, que possui em seu curriculum os ótimos "Diário de Uma Paixão" e "Uma Prova de Amor" (este que também contou com a participação de Cameron Diaz), ele realiza aqui uma película bem fraca e previsível. A começar pela clássica rotulação da maioria das comédias americanas, no qual "as loiras são sempre as burras".


A primeira loira é Carly Whitten (Diaz), uma grande advogada que namora o rico empresário Mark King (Nikolaj Coster-Waldau, de "Oblivion"). Como em todo filme, tudo vai indo as mil maravilhas, até vermos que Mark é um casado com Kate (Leslie Mann, de "O Golpista do Ano"), que é a segunda loira. Mas chega um dia que ambas descobrem a safadeza deste e decidem se unir para se vingar. É ai que podemos dizer que a protagonista da pelicula é na verdade a personagem de Mann, pois ela não só rouba a cena (assim como seu cachorro), como também possui as melhores piadas e sequencias, enquanto Diaz está novamente no automático. A química entre elas chega a render bons momentos inclusive, mas nada diferente do que mostrado em outras produções. Até que chega na metade da produção e notamos que há mais outra mulher na jogada, que é a personagem da modelo Kate Upton, que é a terceira loira (e a "mais burra" das três). E ao saber de tudo, obviamente se junta a dupla para a vingança.


É a partir deste ponto então, que a produção começa a apelar para o show de sensualidade de Upton. A modelo demonstra desde o inicio que não tem talento para atuar e aposta apenas no seu corpo para garantir alguma atenção do público, já que ela possui muito mais disso do que suas colegas (que acabam saindo se saindo melhor). As piadas do roteiro escrito pela estreante Melissa Stack, usam e abusam das loiras burras e outras situações pastelões (como coco, peidos...), apesar de apresentar uma premissa que poderia render uma comédia mais divertida. Claro, digamos que ela acertou a mão nas sequencias onde Carly encontra com seu Pai (Don Johnson, de "Django Livre"), que são realmente bem divertidos. 

Ao término da sessão de "Mulheres Ao Ataque", percebemos que cada vez mais as produções deste estilo estão perdendo a qualidade e beirando mais para o estilo "Sessão da Tarde" (local onde esta película irá acabar daqui a alguns anos). Nas quais, são mais validas para serem conferidas em casa ao invés das telonas e de preferencia em um final de semana a tarde.

Nota: 5,5/10,0

quinta-feira, 1 de maio de 2014

CRÍTICA - O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA 2: A AMEAÇA DE ELECTRO


Depois da Sony Pictures gerar uma certa polemica, pela radical decisão de recomeçar do zero a franquia "Homem-Aranha" (que na época não havia sequer um intervalo de 10 anos com a primeira produção), a nova série parece que está trilhando uns caminhos diferentes da trilogia comandada por Sam Raimi. Quando lançado em 2012, "O Espetacular Homem-Aranha" dividiu o publico e a crítica em vários sentidos, como a escolha do protagonista e a abordagem mais realista a clássica história do adolescente nerd picado por uma aranha geneticamente modificada. De fato, o que me chamou bastante atenção nesta produção foi a preferencia dos roteiristas e do diretor Marc Webb (de "500 Dias Com Ela"), de dar mais atenção aos problemas pessoais de Peter Parker (Andrew Garfield, de "A Rede Social"), ao invés dos arcos dele como o "cabeça de teia".


Quase dois anos depois, chega aos cinemas "O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro". Aqui acompanhamos um Parker mais concentrado na sua carreira de herói (já que agora ele está mundialmente famoso e idolatrado por todos), do que com o seu namoro com Gwen Stacy (Emma Stone, de "Caça Aos Gangsteres"), apesar de ter prometido antes do Pai dela falecer, que iria se afastar terminar relacionamento. Notamos aqui que o relacionamento dos atores de ambos na vida real, ajudou a melhorar bastante suas atuações nesta sequencia, principalmente nos arcos dramáticos. Mas depois da formatura, tudo começa a mudar na vida de ambos, já que ela pode se mudar para Inglaterra para estudar em Oxford. Já Parker, se vê obrigado a lutar pelo amor a Gwen, enquanto continua salvando a vida de vários cidadãos em Nova York. Momentos que acabam se tornando uma verdadeira deixa para a equipe de efeitos visuais usar e abusar do 3D. Nós vemos vários objetos, que vão de vidros, carros, aviões e o próprio Homem-Aranha, vindo em nossa direção durante grande parte da produção, ou seja, nesta película essa tecnologia é indispensável. 


Mas em um de seus atos heroicos, ele acaba salvando o tímido e estranho funcionário da Oscorp, Max Dillon (Jamie Foxx, de "Django Livre"). Logo ele acaba se tornando um fã obsessivo do Homem-Aranha. Mas tudo muda na sua vida quando ele acaba tomando uma alta carga elétrica em um acidente de trabalho, que o faz transformar em um poderoso monstro que suga todo tipo de energia, batizado de Electro. Foxx exerce aqui trabalho bastante familiar com o de Jim Carrey em "Batman Eternamente", no qual interpreta um enorme fracassado "invisível", que trabalha para uma enorme empresa, que acaba se tornando conhecido a partir do momento que decide virar para o lado do mal. Só que aqui, Foxx está completamente irreconhecível após a transformação, graças aos ótimos trabalhos da equipe de efeitos visuais e maquiagem (que também arrasaram com o visual do Duende Macabro).


Além de enfrentar esse novo vilão, Peter irá se reencontrar com o velho amigo Norman Osborn (Dane DeHaan, de "O Lugar Onde Tudo Termina"), que agora assumiu as empresas Oscorp após o falecimento de seu Pai (Chris Cooper, de "Álbum de Família"). DeHaan já deixa claro logo na primeira cena que aparece, que tende a ser o ponto forte da produção, já que ele consegue ter o nível sádico de Norman (ao contrário de James Franco, que possuia um rosto mais bobo). Sua frieza e feição fechada, tornaram o personagem uma das melhores coisas do filme.

Diferente da segunda parte da primeira trilogia (que é considerada por muitos como uma das melhores sequencias de todos os tempos), "O Espetacular Homem-Aranha 2" foca mais em situações cômicas de Parker, deixando de lado os efeitos causados pela morte de seu Tio Ben, e sua relação com a Tia May. Mas a película toma outros rumos quando chega em seu último ato, o que fez a maioria dos fãs admirarem a produção e mostrar que ela tem tudo para continuar dando certo. Claro, pelo que muitos acompanharam ao longo das divulgações, aqui temos de fato três grandes vilões dos quadrinhos (Rino, Electro e o famoso Duende Verde). Só que diferente de "Homem-Aranha 3", Webb soube dosar os momentos de todos eles em cena, não os deixando muito tempo juntos, mas sim com grandes momentos individuais de cada.

Nota: 8,0/10,0